Castelo de uma viagem
Estava na cozinha. Isadora,
minha irmã, passou correndo e se escondeu. Como toda criança, ela se escondeu
em um lugar fácil demais, permitindo que eu a encontrasse rapidamente.
Pensei
em chegar mais perto, vagarosamente, apenas para observá-la, sem deixar que me
visse, mas antes mesmo que pudesse piscar, ela já não estava mais lá. Já na
sala, esbarrei sem querer na estante, assustando a Isa e derrubando um
porta-retratos meio antigo, dourado. Peguei-o antes que caísse no chão e
comecei a admirar aquela foto. Era de uma viagem que eu tinha feito com meus pais, há muito tempo. Santos. Aquela areia branquinha, a água
quentinha...
- Má, vem cá. Filha, você tá
me escutando? Amor, vamos, tá na hora! Vamos nos atrasar para o cinema.
- Espera mãe, tô quase
terminando meu castelinho. Só mais dois minutinhos, por favor!
- Mas filha, a maré está
subindo e daqui a dois minutinhos seu castelo não existirá mais. Vamos embora,
amanhã você faz outro. – disse minha mãe, me pegando no colo. Eu não queria deixar
meu castelinho, mas, o que adiantaria, se ele iria sumir mais tarde? Então
deixei de lado. Em casa, fui para o banho e enquanto minha mãe preparava o
jantar e meu pai assistia à televisão.
Nossa, que saudade de
Santos. Quando mamãe chegar, vou perguntar a ela quando poderemos voltar lá.
Mas antes, claro, preciso achar a Isa.
- Você não vai aguentar se
esconder por muito tempo não, viu?
Mayara Guimarães 8ª série C
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